16.12.09

08. dec 2009, Santa Cruz do Bispo, grande operação na cadeia da GNR

Quatro guardas prisionais são suspeitos de envolvimento no tráfico de droga na cadeia de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos. A GNR avançou ontem para uma grande operação na cadeia e conseguiu apreender aos reclusos haxixe, facas, dinheiro, material para consumo de droga e telemóveis. Catorze presos foram constituídos arguidos. Os guardas ainda não foram interrogados. Na operação de ontem estiveram envolvidos 200 militares. Entraram de surpresa, às 06h00, na ala masculina do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo. As intensas buscas foram feitas com recurso a cães farejadores de droga, em todas as alas da cadeia. Dezenas de elementos do Grupo de Intervenção e Ordem Pública da GNR participaram na acção, dando apoio aos militares da investigação criminal. Foram também apreendidos documentos que estavam na posse de alguns reclusos e também em zonas que são apenas de acesso aos guardas do estabelecimento. A cadeia esteve cercada por viaturas da GNR durante pelo menos quatro horas. A acção policial avançou também fora dos muros da prisão. Nos últimos dias, foram feitas quatro buscas domiciliárias no Porto e arredores, onde foram detidas duas pessoas. Um homem é suspeito de fornecer a droga aos reclusos e uma mulher, familiar de um deles, de a levar para dentro da cadeia. Supostamente esquema funcionava em rede e passava também por actos de extorsão de dinheiro a reclusos, em troca de protecção de grupos rivais ou mais violentos existentes dentro do sistema prisional. Apesar do forte dispositivo policial, a operação não gerou alarme na zona. Já com os militares a arrumar o material, ouviram-se apenas alguns insultos provenientes do interior da cadeia. A cadeia tem cerca de 150 guardas para quase 400 reclusos. Ainda era noite quando dezenas de viaturas da GNR ocuparam toda a envolvente aos estabelecimento prisional. O reforço do Grupo de Intervenção e Ordem Pública, oriundo de Lisboa, entrou na cadeia perante olhar surpreso dos guardas prisionais que abriram a porta. Uma centena de operacionais de ‘choque’ e outra centena de elementos da investigação de vários destacamentos do Norte estiveram nas instalações durante quatro horas. Das janelas da ala dos guardas prisionais foi possível ver a busca aos cacifos. A saída da GNR foi fotografada e filmada, da janela, por alguns guardas prisionais. Foram apreendidas nas celas oito doses e oito cigarros de haxixe. Na casa de um detido havia um quilo do mesmo produto. Três mil euros apreendidos no total. A rusga foi acompanhada por um procurador do Ministério Público, um juiz de instrução criminal e membros da direcção da cadeia. Apreender telemóveis aos reclusos era também um dos objectivos da operação.

Fonte: Correio da Manha