"No Estabelecimento Prisional de Coimbra vive-se um motim desde as 10:00. Os reclusos protestam pela qualidade da alimentação e alegada falta de cuidados médicos, disse uma fonte à Lusa. À TVI, outra fonte refere um motivo diferente para a revolta: o facto de um dos presos com autorização para uma saída precária nesta Páscoa ter sido impedido em cima da hora de a gozar.No pavilhão concentraram-se 200 reclusos. Situação está sob controlo, garante Ministério da Justiça. Segundo avançam a TVI e o Diário IOL, desde a manhã que os guardas estão com problemas para controlar os presos e espera-se pela chegada da polícia de intervenção. Já há registo de guardas apedrejados. À porta da prisão estão três dezenas de familiares de reclusos que, devido ao motim, não podem fazer visitas. À Lusa, fontes prisionais disseram que os reclusos recusaram entrar nas celas após o almoço em protesto pela qualidade da alimentação e alegada falta de cuidados médicos. Fonte do Ministério da Justiça confirmou à agência Lusa que "alguns indivíduos recusaram-se a entrar nas celas depois do almoço, mas a situação está sob controlo". Fonte prisional disse à Lusa que uma equipa do corpo de intervenção dos Serviços Prisionais, composta por 18 elementos, saiu de Lisboa em direcção ao Estabelecimento Prisional de Coimbra, o que não foi confirmado pela fonte oficial do Ministério da Justiça.
Uma outra fonte prisional explicou que os reclusos protestam contra a falta de qualidade da alimentação e dos cuidados médicos que são prestados no Estabelecimento Prisional de Coimbra.
O caso já foi objecto de uma exposição à Provedoria de Justiça no passado, mas a situação não foi até agora alterada, acrescentou a mesma fonte."
Fonte: DNUm dia após a revolta que envolveu cerca de cem reclusos no Estabelecimento Prisional de Coimbra por não ter sido autorizada a saída precária de um preso, vários familiares garantiram que houve agressões no interior da cadeia. Ontem de manhã, uma jovem de 21 anos, do Porto, disse que o seu namorado "foi agredido até chegar à cela com cacetadas, murros e pontapés por guardas encapuzados". As visitas, canceladas na sexta- -feira, foram retomadas ontem, mas nem todos terão conseguido ver os familiares. "Não pude estar com ele porque foi colocado de castigo, mas contou-me por telefone que tem os olhos, as costelas e os braços todos negros", disse a jovem à Lusa, relatando ainda que "foram muitos presos para o castigo e outros transferidos da cadeia". Segundo a rapariga, o namorado e outros detidos que "não tiveram tempo de entrar na cela" quando estas fecharam foram os que sofreram as alegadas agressões.
"ter havido agressões e reclusos transferidos"
"depois da intervenção do Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais, houve agressões, com reclusos maltratados e de castigo"
A "péssima alimentação" e as regras apertadas na entrada de comida naquele estabelecimento prisional foram outras das queixas apresentadas pelos familiares. "O meu companheiro tem muitas vezes que só come a sopa", disse uma mulher de 44 anos, natural de Vila Praia de Âncora, lamentando ainda que os guardas usem as mesmas luvas para "inspeccionar os sapatos e a comida que levamos".
Outra fonte prisional disse que a ementa tem motivado críticas dos reclusos, que contestam a falta de qualidade e de variedade dos produtos. "Nas últimas semanas tem sido vários dias a comer ovos com salsichas", acrescentou.
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03.04.201004.04.2010"O meu filho está todo partido e por isso é que não me deixam vê-lo", reagia, exaltada, Margarida Santana, ao ser-lhe negada ontem a entrada no Estabelecimento Prisional de Coimbra (EPC) para a visita, um dia depois do motim que envolveu mais de uma centena de presos. Considerado um elemento com papel preponderante na revolta de sexta-feira, o filho, de 25 anos, era um dos reclusos que estava ontem de castigo numa cela disciplinar, sem direito a visitas.
A família queixa-se de que foi "espancado com cacetetes e a pontapé" por "guardas encapuzados" na sequência da revolta desencadeada pela recusa de uma saída precária a um recluso que cumpria uma sanção disciplinar.
"Havia muitos feridos e muito sangue pelo chão", referia outra mulher depois de visitar um familiar. "Quem pedia comida levava porrada", acrescenta Fernanda, com base no relato que lhe foi feito pelo seu irmão que está na Ala E, onde ocorreram os incidentes. "A confusão começou às 10h00 e só terminou às 22h00", conta Fernanda, ao referir que nem todos os 200 presos da Ala E estiveram envolvidos no motim.
A revolta de sexta--feira envolveu mais de cem presos que à hora de almoço se recusaram a entrar nas celas, solidários com um recluso que viu recusada uma saída precária.
ATIRAR PEDRAS
Familiares de reclusos relataram ontem que os presos arrancaram pedras da calçada e atiraram às torres de vigilância, partindo os vidros. Não atingiram os guardas.
do C D MCorreio da Manha 03.04.ExpressoIOL Diario (+ video)